PERCEÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE UM GRUPO DE PESSOAS OSTOMIZADAS

Ermelinda Maria Bernardo Gonçalves Marques, Margarida Isabel Alves Cordeiro Pinto, Maria João Almeida Nunes

Resumo


As pessoas ostomizadas experienciam uma situação de stresse, decorrente do enorme impacto físico e emocional que, quer a doença, quer o seu tratamento, impõem na sua vida, implicando alterações profundas no seu eu, nos estilos de vida, nas relações familiares e sociais, na sua imagem corporal e na autoestima. Assim, o estudo deste grupo específico torna-se uma exigência e mais concretamente, o estudo da sua qualidade de vida.

O principal objetivo deste trabalho consistiu em avaliar a perceção que a pessoa ostomizada tem sobre a sua qualidade vida, bem como identificar e analisar os fatores determinantes dessa qualidade de vida.

A presente investigação centrou-se nas 197 pessoas ostomizadas  de um Agrupamento de Centros de Saúde da Região Centro de Portugal, recorrendo-se a uma amostra não probabilística por conveniência, constituída por 51 indivíduos.

Realizou-se um estudo de natureza quantitativa, descritivo, analítico e transversal.

Para a recolha dos dados foi utilizado um questionário elaborado especificamente para o estudo, de forma a permitir um melhor conhecimento sobre a pessoa ostomizada e uma escala traduzida e testada na população portuguesa para avaliar a perceção da qualidade de vida, o SF-36.

Como resultados principais, aponta-se que as pessoas ostomizadas percecionam melhor qualidade de vida nas dimensões relativas ao desempenho emocional, saúde geral e desempenho físico e pior qualidade de vida, ao nível da função física, dor corporal e função social.

Foram identificados e analisados os fatores determinantes da qualidade de vida, nomeadamente: as características sociodemográficas (género, estado civil, situação profissional, escolaridade), as características relativas à ostomia (tempo de cirurgia, temporalidade do estoma, informação pré-operatória, tipo de admissão para a cirurgia, patologia que levou à cirurgia, prestador de cuidados) e o apoio.

Os resultados desta investigação apontam para a necessidade de um estreito acompanhamento de enfermagem à pessoa ostomizada e dos seus familiares/cuidadores, de forma a minimizar o impacto negativo resultante da presença da ostomia.


Palavras-chave


a pessoa ostomizada ; qualidade de vida; enfermagem



DOI: https://doi.org/10.46691/es.v1i1550

Apontadores

  • Não há apontadores.